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Governo de MT deve cortar ponto de servidores em greve que descumprem decisão judicial


Por Gcom MT

Governo de MT deve cortar ponto de servidores em greve que descumprem decisão judicial

O Governo de Mato Grosso deve iniciar o corte do ponto dos servidores que estão faltando ao serviço em descumprimento à decisão judicial que determinou o retorno imediato ao trabalho. O Tribunal de Justiça determinou que servidores de algumas áreas, como saúde, meio ambiente, Detran e sistema agrícola e defesa agropecuária, paralisados há duas semanas, retornem aos postos de trabalho sob a pena de pagamento de multa por parte dos sindicatos e corte de ponto dos servidores do mês de junho.

Os servidores deflagraram greve no final do mês de maio por discordarem das propostas do Governo do Estado em pagar o Reajuste Geral Anual (RGA). Contudo, desde o início do mês a paralisação das categorias havia sido considerada ilegal pela Justiça. Com base nessas decisões, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) já comunicou as secretarias e órgãos para que façam um levantamento dos servidores que não estão trabalhando e efetuem o corte dos pontos.

No dia 6 de junho, o desembargador Pedro Sakamoto acatou uma ação da PGE e considerou a paralisação dos servidores da saúde ilegal. O magistrado ordenou o retorno imediato dos trabalhadores aos postos de trabalho. Os servidores que se recusarem a trabalhar terão os salários da próxima folha retidos. Em sua decisão, Sakamoto também estabeleceu uma multa diária de R$ 5 mil para o Sindicato dos Servidores Públicos de Saúde e Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma).

O desembargador disse na decisão que documentos comprovaram que o Governo do Estado está aberto ao diálogo e vem negociando com os servidores ao longo dos meses. Ele frisou que há um "risco iminente de subtração de serviços essenciais à população, especialmente aos mais pobres, que têm no Sistema Único de Saúde o último recurso para resguardar não só o direito constitucional à vida, mas o próprio sentimento de esperança, combustível da alma em momentos de dificuldade extrema”.

No dia 3 de junho, o desembargador Alberto Ferreira de Souza considerou todas as greves das carreiras da Secretaria de Estado e Segurança Publica ilegais. O magistrado ordenou o retorno de 100% dos profissionais aos postos de trabalho e ainda estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil a ser paga pelos oito sindicatos que representam a categoria caso a decisão seja descumprida. A decisão atingiu alguns sindicatos, como da Polícia Judiciária Civil, Detran e sistema prisional.

A desembargadora Serly Marcondes Alves deu uma decisão semelhante em relação aos trabalhadores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). A magistrada ordenou que os profissionais voltassem ao trabalho imediatamente. “Ao meu ver, não somente está evidenciada a ilegalidade da greve, como também, pelo lado do requerente, está demonstrada a plausibilidade do direito invocado. Afinal, são evidentes os prejuízos que a cessação coletiva de trabalho causa não apenas à administração, mas principalmente à população”.

A magistrada também estipulou uma multa a ser cobrada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Públicas de Meio Ambiente (Sintema). “Concedo a antecipação dos efeitos da tutela para declarar a ilegalidade da greve, e assim, determinar a imediata retomada das atividades pelos servidores, sob pena de desconto dos dias parados, bem como, em face do Sindicato requerido, de multa diária no valor de R$ 100 mil”.

No dia 9 de junho a desembargadora Serly Marcondes também determinou que é ilegal a greve dos servidores do sistema agrícola, agrário, pecuário e florestal de Mato Grosso, e dos fiscais estaduais de defesa agropecuária e florestal. A multa em caso de descumprimento da decisão também é de R$ 100 mil.

Cada secretaria está fazendo o levantamento dos servidores que não retornaram ao trabalho das categorias que tiveram a greve decretada ilegal.

Diálogo

Apesar do movimento paredista, o Governo do Estado continua aberto ao diálogo e tenta chegar a um acordo com os servidores. No último dia 16 de junho apresentou a minuta de um Projeto de Lei que prevê o pagamento de 6% do RGA para os servidores públicos estaduais, podendo chegar a 11,28% se a . De acordo com o projeto, o RGA será quitado em três parcelas, sendo a primeira de 2% de reajuste para o mês de setembro; a segunda, de mais 2%, para o mês de janeiro de 2017; e a última, de 2%, para março de 2017.

O Projeto de Lei estabelece ainda que Mato Grosso pague os outros 5,28% do RGA aos servidores nos meses de maio e setembro de 2017, desde que o Estado consiga elevar a receita a se enquadrar no limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 49% da Receita Corrente Líquida.

Outra reivindicação do Fórum Sindical, atendida pelo governo no projeto, prevê a suspensão de nomeação de novos servidores no âmbito do Poder Executivo Estadual até a quitação do RGA de 2016.